Missa do Galo
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 21 de Junho de 1839, onde faleceu em 29 de Setembro de 1908. Filho de Maria Leopoldina Machado de Assis e de Francisco José de Assis, perdeu a mãe muito cedo, sendo criado pela madrasta. Assumiu cargos púbicos para a ascensão social e conseguiu publicar, ainda que precocemente, crônicas e poesias em jornais. Fundou da Cadeira de n°. 23 na Academia Brasileira de Letras.
Suas obras envolvem, praticamente, todos os gêneros literários, de estilo desiludido, sarcástico e amargo, com linguagem sutil e precisa, de humor pessimista e baseada na desconfiança na razão. Dividida em duas fases, uma Romântica, onde os personagens possuíam características românticas, tendo o amor e seus relacionamentos os temas mais importantes dos seus livros, e a segunda, o Realismo, dando espaço para as questões psicológicas das personagens. É conceituado como divulgador desta segunda fase no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), onde faz uma análise realista do ser humano, destacando suas vontades, qualidades, necessidades e defeitos.
A obra “A cartomante e outros contos” apresenta doze contos de Machado de Assis, estando entre eles “Missa do Galo”, pertencente à narração tscheckoviana, que conta algo do passado e o narrador que faz parte do enredo. A história é idealizada, com clímax e desfecho, baseando-se em episódios curtos do cotidiano, composta por poucas personagens, com tempo e espaço escassos. Apresenta diálogos que podem ser interpretados de diferentes formas e aspectos culturais, pela existência de uma escrita mais aprimorada, relacionada com a linguagem literária, não ligando para os padrões da norma culta e o sentido literal. É um conto moderno, com análises psicológicas, sem um desfecho incogitável e uma história mais projetada.
O conto começa com o narrador-personagem, Nogueira, inquieto por ainda não entender uma conversação que teve com uma senhora