Milton Santos
A vontade de homogeneização do dinheiro global é contrariada pelas resistências locais à sua expansão. Desse modo, seu processo tende a ser diferente, segundo os espaços socioeconômicos e políticos.
Há, também, uma vontade de adaptação às novas condições do dinheiro, já que a fluidez financeira é considerada uma necessidade para ser competitivo e, consequentemente, terá bons resultados no mundo globalizado.
Pesquisar: unificação do Euro - vantagens
A Europa é o subcontinente mais avançado no que toca a essa questão. É verdade que o processo de unificação europeia se inicia após a Segunda Guerra Mundial e vem realizando etapas sucessivas, sendo a última, em data, a constituição do mercado comum financeiro, do qual a moeda única, o euro, constitui o símbolo. As etapas precedentes constituíram uma espécie de preparação para unificação financeira e incluíram medidas objetivando a fluidez das mercadorias, dos homens, da mão-de-obra e do próprio território, inclusive nos países menos desenvolvidos, de modo a que a Europa como um todo se pudesse tornar um continente igualmente fluido. Sem isso e sem o reforço da ideia de cidadania – uma cidadania agora multinacional para os signatários do Tratado de Schengen -, seria impossível pensar numa moeda única sem aumentar as diferenças e desequilíbrios já existentes.
Completando esse pano de fundo, a unificação monetária é considerada um fator indispensável ao estabelecimento de uma economia europeia competitiva ao nível global, mediante uma divisão de trabalho renovada, segundo a qual alguns países veem reforçadas algumas de suas atividades e devem renunciar a outras, após uma concertação, às vezes longa e penosa, em Bruxelas. Na verdade, porém, essa unificação e equalização intra-europeia, acaba por ser mais um episódio de uma guerra, porque destinadas a fortalecer a Europa para competir com os outros membros da Tríade e tirar proveito de suas relações assimétricas com o resto do mundo.
O caso