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Museus, centros de tradições ou centros culturais. Esses são alguns dos espaços que a sociedade instituiu com o objetivo de preservar a cultura de um povo, baseados no princípio de que ao guardar objetos antigos, documentos ou promover a apresentação de manifestações culturais estavam contribuindo para manter vivo o seu passado. Para algumas pessoas, não importa se o Museu não é visitado ou o centro de tradições não reúne público considerável – o fato de terem um museu já lhes dá a falsa idéia de estar preservando o passado.
Antes de abordar a temática “cultura popular”, gostaria de falar sobre um museu em especial – cuja história, em minha opinião, exemplifica a inadequação desses espaços para preservação da cultura, quando a população não demonstra interesse e nem se reconhece nesses ambientes. Quando estive realizando as pesquisas para o livro Por trás das cortinas: A trajetória do humorista João Cláudio Moreno, fui a Piripiri, cidade interiorana onde nasceu o artista piauiense. Na ocasião, visitei o Museu de Perypery – inaugurado em 4 de julho de 1987 –, cujo protagonista do livro havia sido um dos idealizadores.
Na época da fundação, a população participou de forma ativa, inclusive doando peças para a instituição. Com o intuito de também preservar o patrimônio arquitetônico da cidade, o Museu foi instalado em um dos prédios mais antigos do município e que pertencia à União Caixeiral. Durante a visita, realizada em junho de 2006, pude perceber que o Museu estava praticamente abandonado. Os buracos no teto, o assoalho deteriorado, as paredes perdendo parte do revestimento, a escada de madeira quase inutilizada e os objetos empoeirados e com teias de aranha demonstravam a pouca visitabilidade ao local.
No Museu podem ser encontradas fotografias, discos, paramentos dos primeiros padres alemães – que foram enviados ao município, chinelos de couro, armas e até