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O México é um país rico em grandes símbolos, as pirâmides, as artes pré-hispânicas , a bandeira nacional, a águia, no entanto nenhum deles conseguiu reunir tamanha esperança e aspiração quanto sua padroeira, a Virgem de Guadalupe. A imagem de Guadalupe se encontrava presente desde os primeiros momentos da revolução, já em 16 de setembro de 1810 os seguidores do padre Hidalgo carregavam consigo a imagem que se encontrava na sacristia da igreja.
Segundo o historiador Eric R. Wolf 1 a imagem da santa conjugava em si a união entre os segmentos :família, política e religião. Para compreender a guerra imaginária travada na independência é necessário compreender os 20 anos antecedentes ao Grito de Dolores.
Em meados de setembro de 1789 chegam as primeiras notícias sobre o que estava acontecendo na França, em carta ordenada pelo Conde de Floridablanca, o ministro don Antonio Porlier avisa ao frei Antonio de San Miguel sobre a Revolução no país vizinho. Nessa carta ele adverte sobre alguns escritos dos membros revoltosos que tentavam persuadir os habitantes das américas a rebelar-se contra o poder espanhol em um movimento “cuyo primer objeto es el espíritu de independência e irreligión”
As informações seguiam sendo controladas pelo Conde de Floridablanca até que em 1790 é destituído de seu cargo de primeiro ministro, concomitantemente a França aprovava a constituição civil do clero e a campanha de descristianização. A saída de Floridablanca fez com que as informações francesas chegassem livremente ao novo mundo .
Em 1793 o rei Carlos IV se dirigiu a seus súditos informando que a Espanha encontrava-se em guerra com a França revolucionária. No conteúdo de sua carta ele colocava como motivo da guerra a desordem, a anarquia e a impiedade dos revoltosos que se opunham ao “cristianíssimo rei Luis XVI”. Sua carta foi lida em todo o México, principalmente em missas, para ajudar na arrecadação de fundos para a guerra, dessa forma as notícias alcançaram até as vilas rurais