Meu texto
-Ah... Podemos conversar lá fora?- Minha professora diz calma, mas percebo a preocupação em sua voz.
-Claro. –respondo tão baixo que não sei se ela ouve ou não.
-Pessoal, vou buscar os livros do trabalho do semestre e já volto. Elizabeth pode me ajudar?
Não sei por que ela mentiu. Ela estava preocupado, e todos perceberam isso em sua voz. Mas, não discuto. Levanto-me e saio com ela.
-Aquela era você, não é? Você pensa em suicídio. –Ela foi direta, assim que saímos dos corredores em direção a biblioteca. –Não precisa dizer nada, se não quiser. Mas quero que saiba que você realmente não precisa disso. As coisas não têm que acabar dessa maneira.
-E de que outros modos acabariam se não assim? É o único jeito, a única solução. –Digo, e percebo as lágrimas vindo, mas mordo os lábios e seguro o choro. – Você não sabe de nada, nada do que agüentei e agüento até aqui, até hoje. Todas as brigas, todos os abandonos, todas as falsidades e mentiras, e essas vozes...! Eu não agüento mais! Não passo de hoje, professora. Desculpe. –Digo me encostando-se à parede. Uma lágrima fujona cai, e logo todas as outras a seguem. Malditas.
-Não sei exatamente os motivos, mas sei como você se sente. Sentia-me assim também. Mas como disse, as coisas não precisam acabar com o suicídio. Só... Só agüente firme. E tudo vai ficar bem. –ela parece segura com o que diz, como se tivesse certeza. Fico calada, mas continuo chorando. O corredor estava vazio, além de nós duas, que estávamos sentadas no chão. –Bom, como é a última aula, se quiser ir embora... está dispensada da minha