Meu professor inesquecível
Apesar de termos estudado em séries, anos e idades diferentes, estudamos num mesmo colégio onde o nosso professor inesquecível, coincidentemente foi o professor de Matemática, que por vários anos lecionou nas várias escolas da cidade e era o terror, o carrasco para todos os alunos daquela época.
Nossa memória é um depósito de lembranças, alegres e tristes. Parece que as tristes tem lugar especial e significativo ao nosso cérebro e nem sempre os professores tornam-se inesquecíveis pelas suas características positivas, mas também porque foram professores rudes, marcando assim, nossa vida de adolescente como ninguém marcara até então.
Para ele, não passávamos de delinquentes do raciocínio lógico e muito menos capazes de aprender a mais exata das ciências. Entrava na sala, todo imponente, pedia para abrir o livro na página “tal”, enchia o quadro de fórmulas difíceis e no final da aula corrigia sem explicar nada. Não nos deixava pensar sobre a praticidade daquilo. Metralhava nossas cabeças com regras e nada entendíamos do que nos era ensinado. Era realmente o terror e o pior e que tivemos que aturá-lo por vários anos nas séries subsequentes, fazendo com que odiássemos a Matemática.
Na nossa atuação como professores, não tomaríamos nada como exemplo, pois o verdadeiro professor é aquele que cria laços de afetividade, cumplicidade, parceria e dedicação permanente. Ao mesmo tempo que ensina, também aprende, tendo consciência de que é apenas um facilitador do conhecimento, não detentor deste.
Não se aprende ser um bom professor, as qualidades vão se desenvolvendo e se aperfeiçoando no dia a dia, na curiosidade da ampliação do saber, na observação, na criatividade, na versatilidade, na dedicação, no amor, na pesquisa e numa formação continuada, pois crê que há sempre algo novo a ser aprendido.
Apesar de termos vivido momentos torturantes, seguimos a carreira de professor buscando fazer da sala de aula um lugar agradável, importante, com