Metodologia da economia: popper, kuhn, lakatos e feyerabend
1.Introdução O curso de Pensamento Econômico III aborda inicialmente os desafios e as questões nascentes da batalha dos métodos e o porquê da importância do estudo da metodologia para o economista. Essa questão, que se refere à primeira metade do curso, é de fundamental importância para a formação da Escola Neoclássica, objeto central do curso. Neste trabalho, me limitarei a avançar até o debate entre Popper e os Teóricos do Crescimento do Conhecimento, com a finalidade de valorizar este debate tão relevante para a história da metodologia da ciência e para o estudo da economia como ciência. Para abordarmos esse tema amplo, será necessário retomar alguns elementos que foram estudados nos cursos anteriores, como a teoria clássica e o pensamento econômico de Karl Marx, a fim de se entender a discussão sobre o método que culminou na batalha dos métodos. A teoria clássica buscou desde Adam Smith, não que de forma predominante mas essencialmente, a explicação dos fenômenos através da criação de princípios, teorias e leis que pudessem ser caracterizadas como gerais. Um dos exemplos mais conhecidos é o homem econômico, um homem atemporal e natural: “o homem que luta pela satisfação máxima com o mínimo de sacrifício”. Outro elemento importante da teoria clássica é o individualismo metodológico, que será exposto mais adiante. Por outro lado, Marx apresenta uma visão contrária aos teóricos clássicos através de sua metodologia anti-individualista, através da importância das estruturas sociais na teoria econômica do capitalismo. Os seguidores da tradição Marxista pressupõem que a determinação dos indivíduos é feita pelas entidades sociais, enquanto o Individualismo metodológico defende que as entidades sociais são resultados dos indivíduos. Podemos observar então que o estudo da ciência econômica no final do século XIX, partindo desse