Metodologia científica
O senso comum pode ser entendido como o primeiro esboço do conhecimento do homem sobre o mundo e sobre si mesmo. É o conhecimento acumulado de forma empírica, porque se baseia apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor que a experiência científica exige e sem questionar os problemas colocados justamente pelo cotidiano. Portanto, é também um saber ingênuo uma vez que não possui uma postura crítica.
“Enquanto os animais inferiores só estão no mundo, o homem trata de entendê-lo.” (Mario Bunge). A constante busca pelo conhecimento, a necessidade de explicar o porquê das coisas, a capacidade de pensar são características que distinguem o homem das demais espécies. E dessa inquietude diante do mundo que lhe é apresentado, origina-se a filosofia, curiosa e questionadora dos valores e interpretações aceitas pelo senso comum e pela tradição.
A evolução do conhecimento humano perpassa pela Filosofia, é através dela que observamos a passagem do saber místico ao pensamento racional. O Homem reorganiza suas ideias, sai do campo das hipóteses e exercita a razão, ele passa a se utilizar de instrumentos e experimentos para interagir com a sua realidade. A partir de um pensamento organizado, racional, sistemático e exato, ele formula diversas teorias. Temos então, o que chamamos de conhecimento científico. Mas nem todo pensamento organizado ou sistematizado pode ser considerado científico. Eis algumas características que qualificam um pensamento como científico: a) Racional: constituído por conceitos, ideias ordenadas, com regas lógicas; b) Objetivo: essa característica afasta todos os elementos subjetivos e busca alcançar a verdade através da observação e experimentação; c) Factual: observa e descreve os fatos, como ocorrem na natureza e/ou na sociedade, através de quadros conceituais e esquemas de referência; d) Transcende os fatos: vai além dos fatos, demonstrando suas causas e consequências; e)