Metalurgia
I.1. INTRODUÇÃO
Os aços inoxidáveis podem ser definidos como sendo ligas ferrosas com teor de cromo igual ou superior a 12% (em peso) e com teor de carbono “limitado”. O cromo é o elemento que confere resistência à corrosão ao aço inox, pois, na presença de oxigênio, forma uma camada superficial muito fina, aderente e protetora, de óxido de cromo (Cr2O3). O mecanismo de proteção do aço inoxidável por essa película de óxido é chamado de “passivação”. Os elementos molibdênio, níquel e nitrogênio, dissolvidos em solução sólida, expandem a faixa de passividade e tornam o inox mais resistente à corrosão. Ensaios empíricos determinaram que o a adição de 12%Cr às ligas ferrosas as torna imunes à corrosão atmosférica. Em teores iguais ou superiores a 24%, o cromo também confere excelente resistência à oxidação em altas temperaturas. É preciso dizer que estes ensaios foram realizados em ambientes de baixa agressividade. Consiste em grave erro pensar que os aços inoxidáveis são imunes a todos os tipos de corrosão. Sob certas condições severas de serviço (meios agressivos, temperaturas elevadas, presença de tensões trativas, etc.), o filme de cromo pode ser dissolvido ou se romper localmente e não mais se reconstituir. Alguns tipos de corrosão que podem ocorrer nos aços inoxidáveis são enumerados a seguir: Corrosão generalizada ou uniforme – quando o filme de óxido de cromo é uniformemente dissolvido em um meio agressivo; Corrosão localizada:
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Corrosão por pites – formação de pequenos pontos (pites) de corrosão no material (figura 1);
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Corrosão em frestas ou corrosão por crévice – ocorre em arestas, junções rebitadas ou aparafusadas e juntas soldadas sem penetração total (figuras 2(a-b)). A corrosão por crévice nos aços inoxidáveis ocorre devido à formação de uma pilha de
concentração. A região interna da fresta fica em contacto com uma maior concentração de íons, deixando a região na mais externa da