Metabolismo Urbano Urbaniza O 2007
URBANIZAÇÃO
Jornal O Povo - Ciência e Saúde (2007)
A urbanização no Brasil, além de socialmente segregadora, se
deu
sem
levar
em
conta
as
características geoecológicas do sítio urbano. A retirada da vegetação é o ponto de partida para uma mudança considerável no microclima local.
Atualmente, os problemas advindos do modelo de urbanização brasileiro vêm comprometendo a qualidade de vida de habitantes das cidades. Para se ter noção do célere ritmo desse fenômeno, em 50 anos (1950-2000) o Brasil passou de um país predominantemente rural para um país urbano: em 1950, 36,1% da população brasileira habitava as cidades, e em 2000, esse montante já era de 81,2%. O processo de urbanização no Brasil remonta a década de 1930, com a promoção de políticas "desenvolvimentistas", que enfatizavam a industrialização como sinônimo de desenvolvimento. Tal processo se deu primordialmente nas duas metrópoles nacionais - São Paulo e Rio de Janeiro - e posteriormente nas demais capitais e outras cidades importantes do ponto de vista econômico, com investimentos maciços na implantação de indústrias, que concentradas nessas cidades, provocou fortes desequilíbrios intra e inter-regionais. Com o crescimento da rede urbana nessas cidades, extrapolando seus limites territoriais, tanto as relações quanto os problemas foram compartilhados com seus municípios vizinhos, forçando a criação das
Regiões Metropolitanas (eram 9 em 1972), com o intuito de gerir os problemas comuns dos municípios metropolitanos, que inchavam com um aporte populacional carente de melhores condições de trabalho e moradia. A urbanização no Brasil, além de socialmente segregadora, se deu sem levar em conta as características geoecológicas do sítio urbano. A retirada da vegetação é o ponto de partida para uma mudança considerável no microclima local e para o aumento dos processos erosivos, pois a retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto direto das gotas de chuva