Mestre
Simone Silveira dos Santos
Mestranda em Educação
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - UEMS
A denominação organização não-governamental começa a aparecer em documentos da ONU desde a segunda metade da década de 1940, do século XX, no pós-guerra. Com o intuito de melhor compreender o surgimento das Organizações Não-Governamentais, Gohn elucida que:
A expressão ONG foi criada pela ONU na década de 1940 para designar algumas entidades não-oficiais que recebiam ajuda financeira de órgãos públicos para executar projetos de interesse social, dentro de uma filantropia de trabalho denominada "desenvolvimento de comunidade". (1997, p.54)
Para o sistema capitalista era imprescindível que os países mais desenvolvidos contribuíssem com o avanço dos denominados países subdesenvolvidos. Em relação as demandas sociais, uma das estratégias adotadas era financiar ações comunitárias e incentivar movimentos de promoção social nos países do chamado “Terceiro Mundo”. Para tanto, as agências de cooperação internacional, originárias de países dos Estados Unidos e de parte da Europa,
[...] necessitavam de parceiros locais que fossem capazes de formular projetos, acompanhar a sua execução e prestar contas. Necessitavam de contrapartes com personalidade jurídica, um mínimo de estrutura administrativa e uma afinidade de propósitos. Não tinham como chegar direta e regularmente aos movimentos sociais, pois estes, justamente, careciam de estabilidade institucional. E assim surgiram as ONGs latino‐americanas, num jogo de reforços mútuos, como parceiras de cooperação internacional no apoio às ações comunitárias e aos movimentos de promoção social (FERNANDES, 1994, p. 80).
No Brasil, as primeiras ONGs surgiram com origem na Igreja Católica e também na atuação de grupos, principalmente de pesquisadores, comprometidos com o desenvolvimento de projetos de assistência aos movimentos