Mestre
POSTADO EM 10 FEVEREIRO por DÉBORA NASCIMENTO em CINEMA, CULTURA POP
Em 1992, quando a separação de Woody Allen e Mia Farrow estourou na imprensa mundial, não havia internet nas casas, não existiam smartphones, muito menos redes sociais. O público assistia ao desenrolar dos acontecimentos através de rápidas chamadas nos telejornais e esparsas matérias em jornais e revistas. A maior parte das reportagens não tinha muito aprofundamento, o que acabou evitando um alarde maior em torno do fato, mas gerou nos espectadores uma certa confusão com relação ao imbróglio.
No entanto, hoje, quando as pessoas têm muito mais facilidade de acesso a informações, um dos maiores escândalos – talvez o maior – da história do cinema americano volta ao foco da mídia, por conta da carta aberta que Dylan Farrow, a filha adotiva do casal, publicou no site do New York Times, no sábado (01). No texto, ela relata os abusos que teria sofrido do pai.
A carta, que, vinte anos atrás, repercutiria de forma mais significativa apenas nos Estados Unidos, caiu como uma bomba no mundo, por conta da reverberação nas redes sociais, sendo replicada nos sites, blogs, no Facebook e no Twitter.
Se, por um lado, o público hoje possui mais canais para chegar às informações, por outro, tem também mais pressa para chegar a uma conclusão, a uma opinião que lhe dê passaporte para poder se inserir na discussão do momento.
Sendo assim, não foi difícil supor que um veredicto apressado para Woody Allen seria anunciado em infinitas postagens: culpado (claro que há os que o defendem com veemência, um outro equívoco, já que não são testemunhas). O cineasta, que não usa computador e não sabe ao certo o que é o Twitter, está informado, por seus assessores, de que Mia Farrow e seu filho Ronan estão usando a rede social, há alguns meses, para enviar petardos em sua direção.
Essas tuitadas foram as primeiras ondas que ensaiaram o tsunami contra Allen, erguido com a publicação da