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A sua obra: A Idéia de Brasil Moderno (1992), nos faz pensar sobre o que tem sido o Brasil ao longo de sua história, onde estão sempre em causa: a questão nacional; as condições de formação da sociedade nacional; a contrapartida da Sociedade Civil e Estado; a possibilidade e impossibilidade de formação do estado-nação; a democracia e a tirania; a reforma e a revolução. Ianni nos faz refletir sobre a teoria sociológica e seus desdobramentos, evoluções e rupturas, desde as teorias que pensam na sociedade brasileira como amorfa até os que pensam numa sociedade complexa, priorizando o povo, visto como uma coletividade de cidadãos.
No terceiro capítulo intitulado: “A Questão Social”, o autor nos fala que a história da sociedade brasileira está permeada de situações nas quais um ou mais aspectos importantes da questão social estão presentes como elementos essenciais das formas e movimentos da sociedade nacional. Isto também suscita enfoques diferentes e contraditórios sobre a sociedade brasileira. Por conseguinte, a questão social também passa a receber diversas denominações, onde alguns autores procuram descrever, explicar, resolver ou exorcizar as manifestações, criminalizando a questão social, vendo a sociedade civil como incapaz.
O livro A ideia de Brasil moderno, de Octávio Ianni, São Paulo: Brasiliense, 2004, ano da morte do grande sociólogo paulista, é exemplar, a meu ver, por combinar uma lúcida apreciação da sociedade brasileira enquanto país economicamente adiantado, mas com uma realidade social, política e cultural típica de um país subdesenvolvido, a partir de uma leitura bastante rica do historiador Caio Prado Júnior (1907-1990), um