mercados financeiros
Francisco Luiz Corsi1
1- Introdução
Análises que têm por objeto a América Latina não deixam de ser arriscadas, pois a região é marcada pela diversidade, com inúmeras peculiaridades nacionais. O risco de generalização é, portanto, muito grande. Todavia, uma série de aspectos comuns pode justificar a empreitada2, sobretudo as experiências históricas e culturais comuns, a situação de dependência e subordinação ante as potências hegemônicas, e a similar inserção na economia mundial, elementos que tanto influenciam os processos políticos e ideológicos, e os projetos de desenvolvimento, que constituem objeto deste artigo.
(Arceo, 2006, p. 28). Mais especificamente, o presente texto tem por objeto a discussão das conseqüências das crises de 1929, da década de 1970 e da atual para as estratégias de desenvolvimento das economias latino americanas, em especial para os casos do
Brasil e Argentina. Sem menosprezar as determinações sociais, políticas e econômicas internas, esses momentos históricos foram decisivos para a definição dos rumos das economias da região. Pretendemos também fazer um breve contra ponto da trajetória de desenvolvimento das economias latino-americanas com as do Leste asiático. O artigo
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Mestre em Economia e Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Professor de Economia da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade
Estadual Paulista –UNESP. Pesquisas concentradas na área de História Econômica, em especial em política econômica brasileira no período 1930-1955 e em trajetórias de desenvolvimento econômico. No momento, está desenvolvendo um projeto de pesquisa que busca realizar uma análise comparativa das políticas econômicas de Brasil e Argentina no período 1930-1955.
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Entre esses aspectos comuns cabe destacar a origem das economias da região no processo de expansão