mercador de veneza
A história tem lugar entre Veneza e a fictícia Belmonte e mostra o antagonismo entre Antônio – o mercador do título da obra, comerciante cristão de prestígio – e Shylock, um usurário judeu que leva o outro ao tribunal no intuito de cobrar uma dívida. Para criar este que é um dos seus mais populares personagens, Shakespeare se inspirou na peça O judeu de Malta, de seu contemporâneo Christopher Marlowe.
Nesta obra fica clara a habilidade shakespeariana de colocar elementos altamente trágicos numa peça que termina em casamentos e reconciliações. Sem piedade, o dramaturgo manipula a opinião do público em meio a personagens tão dúbios quanto ardilosos, criando um dos seus melhores trabalhos.
Trata-se de uma das obras mais polêmicas do célebre dramaturgo inglês. Escrito no findar dos anos de 1500, época em que os judeus estiveram ausentes da Inglaterra (foram expulsos em 1290, e só seriam novamente aceitos em 1655), capta as chocantes caricaturas feitas pelos ingleses. Em, O Mercador de Veneza, o personagem que mais chama a atenção não é o mocinho, e sim o vilão, criado para dar um tom cômico à peça. Trata-se de um agiota e judeu _ daí a polêmica _ Shylock, retratado como indivíduo desprezível. A vítima, o cristão Antônio, cidadão bem sucedido de Veneza, faz um contrato atípico com o agiota, penhorando 453 gramas de sua própria carne. Agora, o vilão faz questão de tal medonha extração, o que levaria Antônio a morte. O que se observa é a velha e infeliz máxima anti-semita. O judeu “do mal” quer sangue do “bom cristão”. Durante anos tal peça foi encenada sempre