Mercado Real Macroeconomia
2.1. O modelo simples
2.1.1. A procura efetiva e o nível de emprego
Ao iniciar o estudo do modelo keynesiano, importa recordar que Keynes rejeitou a lei de Say que refere que “a oferta cria a sua própria procura”. Keynes vai focalizar a sua análise do lado da procura, introduzindo um conceito chave de toda a economia: a procura agregada, isto é, a procura de todos os sectores da economia.
Para iniciar o estudo do modelo keynesiano considere-se uma economia simples, sem sector Estado e sem sector externo. Deste modo, a procura agregada será a soma da procura das famílias (consumo) e a das empresas (investimento). Por outro lado, a contabilidade nacional fornece uma igualdade ex-post, efetiva ou observada entre o produto, rendimento ou oferta da economia (Y) e a procura efetiva dos vários agentes (D).
Ora, a produção de uma economia é decidida pelas empresas, mas elas produzem para satisfazer a procura das famílias. Assim, as empresas começam por estimar o consumo das famílias para o próximo período e produzem em conformidade com essa estimativa.
A Oferta Agregada (AS) representa o que as empresas, no seu conjunto, estão dispostas a produzir e a vender para cada nível geral de preços, assumindo como constantes todas as restantes variáveis determinantes da oferta agregada tais com as tecnologias disponíveis e as quantidades e preços dos fatores produtivos.
Se o consumo estimado pelas empresas for maior que o consumo efetivo (aquele que realmente ocorreu, o observado ou ex-post, fornecido pelos dados estatísticos nacionais), significa que as empresas produziram mais do que foi procurado, pelo que não conseguiram vender toda a sua produção; registou-se uma acumulação involuntária de stocks (para além do nível ótimo de stocks definido pelas empresas, em função da aplicação de métodos de gestão de stocks como, por exemplo, o ponto de encomenda ou o ciclo de revisão constante). Se o consumo estimado for inferior ao consumo efetivo,