Mercado de Resseguro está aberto: e agora?
Gazeta Mercantil - 22/12/2008
Cibele Deis e Maurício Dorion - Gerentes-sêniores da PricewaterhouseCoopers
Muito se tem festejado a abertura do mercado ressegurador no Brasil. Muita expectativa foi criada em relação às mudanças nos processos e nos novos custos das operações de resseguro, no âmbito de um mercado aberto, assim como nas repercussões práticas para as seguradoras e os segurados brasileiros. Além disso, quais novos produtos de seguro e coberturas de risco que as resseguradoras internacionais, com conhecimento secular, poderiam trazer ao Brasil?
Diante dessa expectativa, surgem algumas questões: o mercado brasileiro está efetivamente preparado para absorver todos os novos produtos e cumprir com as exigências e demandas que um mercado aberto e competitivo de resseguros traz?
A experiência e a tecnologia aplicada em gestão de riscos nas empresas mundiais não possuem fronteiras; hoje, é analisada a exposição de riscos dessas empresas em um contexto global, podendo-se encontrar custos mais ou menos elevados na cobertura de determinado risco. Mas, no
Brasil, as empresas estão realmente preparadas para identificar e avaliar de forma efetiva seus riscos? Suas bases de dados históricas estão íntegras para demonstrar suas experiências e exigir precificação sob medida?
Entender o mercado ressegurador e suas necessidades traz vantagens competitivas para as seguradoras e os segurados, pois isso possibilita melhoria no processo de tarifação de prêmios, na captação e cessão do risco, bem como fomenta operações e, consequentemente, auxilia na gestão do risco.
Hoje, as resseguradoras atuam no Brasil de três formas distintas: resseguradoras eventuais, admitidas ou locais, possibilitando que a administração de seu portfólio de riscos seja realizada sob diferentes perspectivas técnicas, mas seguindo as normativas expedidas pela Superintendência de
Seguros Privados (Susep) e pelo Conselho Nacional