Mentira Laica
Em mil anos de hegemonia da Igreja Católica, vimos que a junção de política e religião não se mostra eficiente no estabelecimento de um Estado igualitário. Essa conduta foi posteriormente substituída por uma visão mais sensata e justa. Nesse sentido surgiu a ideia de Estado Laico, ideologia essa constitucional em alguns países, porém sem a prática efetiva.
Concordo com a aquisição dessa atitude estatal, pois é evidente a diversidade cultural que interfere nas mais variadas manifestações da fé e, portanto, um Estado que garanta o acolhimento e respeito pelas variadas culturas dos seus cidadãos torna-se mais racional.
Sendo o Brasil um país constitucionalmente “sem religião” acho inadmissível o uso de verba pública para a promoção de eventos religiosos seja qual for o tamanho da abrangência do acontecimento. Como tivemos recentemente na famosa Jornada Mundial da Juventude e há alguns meses na Marcha para Jesus o uso de dinheiro público.
Percebi que foram usadas justificativas sem fundamento quando se admitiu a vinda de um líder religioso de “importância histórica” como sendo de interesses estatais. Alguns argumentos, ainda, tentaram nos convencer de que esses eventos trariam investimentos em infraestrutura e segurança, porém isso nos induz a pensar que as aplicações no país devem ser somente feitas com a realização de eventos.
Diante disso, acho que o Brasil que é, aparentemente, um país Laico deva adotar uma postura que não seja incabível com essa atitude. Sendo assim, o Estado deve passar a agir com maior respeito atendendo de forma igualitária a todos os cidadãos a fim de se tornar mais ético e desenvolvido desprendendo-se de tradições históricas que não fazem mais sentido em épocas contemporâneas.