INTRODUÇÃO O gênero menta compreende cerca de 49 espécies diferentes de hortelãs e correlatos que pertencem à família Lamiaceae. Destacam-se pelo uso de chás tem em efeito medicinal, sendo bastante conhecidos principalmente pelo seu sabor característico e aroma refrescante. A hortelã-pimenta (Mentha piperita), híbrido de origem geográfica ignorada, descrito no fim do século XVII pelo botânico inglês J. Ray. Tal híbrido, proveniente do cruzamento de M. Aquática e M.spicata, é considerado a matriz de todas as variedades de hortelã hoje em cultivo. Segundo a mitologia grega, a esposa enciumada de um deus grego, amaldiçoou Mentha, uma de suas Ninfas, transformando-a em hortelã, planta destinada a crescer nas entradas das cavernas que davam acesso ao inferno. A palavra "piperita" foi atribuída em alusão ao seu sabor apimentado. Os árabes tinham essa erva como sagrada, por seu perfume marcante. As mulheres romanas, proibidas de beber vinho, cuja pena para tal seria a morte, mascavam hortelã com mel, para disfarçar o hálito. A hortelã era usada pelos árabes, nos banquetes, para regar as mesas e limpar o chão, a fim de estimular o apetite dos convidados. A planta chegou ao Brasil trazida pelos colonizadores. No Brasil a hortelã pimenta foi intensamente cultivada entre os anos de 1963 e 1975, quando o país se tornou o maior produtor mundial. Devido aos métodos de cultivo embasados na fertilidade inicial dos solos virgens, recém-desmatados, seu cultivo começou a entrar em declínio à medida que as terras das fronteiras agrícolas do Oeste de São Paulo e Norte do Paraná perderam suas cinzas remanescentes de queimadas da floresta original (MAIA, 1994). Dois países destacaram-se na sucessão do Brasil como principais fornecedores mundiais de hortelã: China e Paraguai, havendo dúvidas se o primeiro permaneceria na posição devido às políticas internas de produção então adotadas (KIEFER, 1986)