Mensalão: povo brasileiro assiste aos fatos com extrema passividade.

O povo brasileiro e as armações políticas contemporâneas A chanceler da Alemanha Angela Merkel visitou recentemente a Grécia. Sua visita foi marcada por inúmeros protestos populares e sindicais, que inclinaram para a violência desmedida nas ruas de Atenas. Inúmeros jovens se aglomeraram para criticar a presença da chanceler, que foi tida como nazista. O corte de recursos internos exigido por aparelhos monetários internacionais, sob o risco de insolvência da Grécia (motivado pela crise econômica que assola o mundo desde 2008) é o motivo da ação do povo grego. A situação em questão pode servir de palco para inúmeras reflexões: a crise europeia, os conglomerados econômicos internacionais, o poder político e econômico da Alemanha pós-reunificação, ou mesmo a participação popular, que vista na ação grega se difere em muito do histórico brasileiro. Sobre essa participação popular, postam-se três momentos da história brasileira, primeiro o suicídio de Getúlio Vargas em 1954, em seguida o Impeachment de Collor em 1991 e por fim o Mensalão de 2005. Teria o povo participado de forma ativa e consciente como o povo grego ou foi simples instrumento de manobra? Vargas que voltara ao poder em 1951 passou a ser identificado como comunista e sofrer ataques de grupos ligados ao capital internacional por sua postura mais voltada ao operariado. Na época a população foi alimentada para vê-lo como um cerceador dos direitos individuais e usurpador das propriedades privadas. O povo temeroso passou a fazer coro às elites e a queda de Vargas foi prenunciada. No entanto, o suicídio de Vargas gera uma reviravolta e o povo que questionava, passou à comoção pública e ao andor e elevou Vargas como “O pai dos pobres”. A mudança radical está ligada diretamente a ação intempestiva do presidente, pois a morte a todos iguala e inocenta. Após 25 anos de regime militar, e mais cinco de governo Sarney, o povo brasileiro voltou às urnas para escolher o presidente, Collor com seu estereótipo moderno e