Mensagem foi a única obra em português publicada por F. Pessoa em vida. Trata-se de uma epopeia geralmente associada a um certo nacionalismo literário, vertente que já tinha sido assumida por Pessoa em 1912, em artigos publicados na revista Águia. A obra é composta por 44 poemas escritos entre 1913 e 1934 e reagrupados em três grandes partes: Brasão, Mar Português e O Encoberto. O conteúdo enaltecedor das composições contrasta com a decadência do contexto em que foram elaboradas. Efetivamente, o início do século XX é marcado em Portugal pela conturbação política e pela mediocridade cultural. Ora os poemas de Mensagem acompanham alguns dos principais factos da História de Portugal, retratam as suas figuras centrais, recuperam os seus símbolos, as suas lendas e o essencial da sua mitologia e criam uma imagem do destino de uma supra-nação mítica que faltaria cumprir. Em suma, os poemas tecem elogios ao passado glorioso da nação e anunciam o renascer de uma pátria grandiosa. Por isso mesmo, Mensagem constitui uma espécie de instrumento regenerador do orgulho português. Intencionalidade comunicativa: - regenerar o orgulho dos portugueses; - cantar o passado histórico de Portugal de uma forma simbólica e emblemática, transformando-o num mito, a partir do qual seja possível reinventar o futuro; - anunciar um novo império civilizacional, uma super-nação mítica.
MENSAGEM Benedictus dominus deus noster qui dedit nobis signum
1ª parte 2ª parte 3ª parte
BRASÃO MAR PORTUGUÊS O ENCOBERTO
Bellum sine bellum Possessio maris Pax in excelsis
O nº 3 subjacente à estrutura de Mensagem assume uma grande