Menina e Moça (de Bernardim Ribeiro)
O título desta obra é a expressão que abre o primeiro período da obra que mesmo incompleta, mereceu três impressões durante o séc. XVI:
Em Ferrara, 1554, com o título de “História de Menina e Moça”;
Em Évora, 1557-1558, com o título de “Saudades”;
Em Colónia, 1559, com o mesmo título que tinha tido em Ferrara. A Introdução inicia-se com o monólogo da Menina que se refugiou, recordando a sua infância, as mudanças funestas e mágoas que agora projeta na Natureza. Dialoga, depois, com a Dona do Tempo Antigo, a qual lamenta o destino das mulheres, pois "não há tristeza nos homens"; só as mulheres são tristes, à exceção dos "Dois Amigos" cujas histórias trágicas vai narrar.
Entre o capítulo V e IX há uma parte introdutória às duas histórias, referenciando-se um lance cavaleiresco - a morte do Cavaleiro da Ponte.
A partir do cap. IX anuncia-se o romance de Binmarder e Aónia. Belisa morre ao dar à luz Arima e, durante o parto, um cavaleiro viu Aónia, irmã de Belisa, a chorar e apaixonou-se por ela. Ficou ele por ali, trocados os fatos de cavaleiro pelos de pastor e trocadas também as letras do seu nome; vê passar por ele um desgraçado que por pouco não foi queimado vivo num fogo da floresta e que diz: - "Bin m'arder!". São as próprias letras do seu nome (que não nos diz qual fosse, mas com tais letras se escreve Bernardim) e, por isso, o adota.
Sob essa falsa identidade conquista o amor da donzela, abandonando Aquelísia a quem tem obrigação, mas por quem não sente devoção. Aónia, porém, casa com outro cavaleiro convencida de que a situação de casada lhe vai dar maior liberdade para os seus amores no bosque. Binmarder, que ignora tal situação, foge desesperado e perde-lhe o rasto.
Na segunda parte narra-se a história do Segundo Amigo: amores de Avalor e Arima (filha de Belisa) que estabelece ligação com a história anterior. Arima foi viver para a corte de um grande rei e o cavaleiro Avalor apaixona-se perdidamente por ela. Durante um