Memórias
A narrativa de Memórias de um sargento de milícias, de estilo jornalístico e direto, incorpora a linguagem das ruas, classes média e baixa, fugindo aos padrões românticos da época, onde os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A experiência de ter tido uma infância pobre contribuiu para que Manuel Antônio de Almeida desenvolvesse a sua obra.
Destaca-se, ao lado de O filho do pescador de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa e A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, entre as primeiras produções românticas da literatura brasileira.
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Análise das personagens
Em Memórias de um sargento de milícias, as personagens são planas, ou seja, elas não mudam seu comportamento no desenrolar da história. Por exemplo a personagem principal, o memorando: Leonardinho, desde criança era travesso. Planejava vinganças, criava situações constrangedoras para quem ele não gostava, mas era amado por poucos como o seu padrinho e a comadre. Isso caracteriza o tipo pícaro, ou malandro nos termos cariocas. E até o final do livro Leonardinho não muda esse jeito pícaro de viver.
As personagens se destacam por traços gerais e comuns ao grupo que pertencem.Muitas personagens não têm nome pois são alegorias(representações simbólicas) do tipo de gente da época e da classe sócio-econômica a que pertencem. Neste trecho o narrador descreve a Comadre, e em nenhum momento do livro ele cita o seu nome: Era a comadre uma mulher baixa, excessivamente gorda, bonachona, ingênua ou tola até um certo ponto, e finória até outro; vivia do oficio de parteira, que adotara por curiosidade, e benzia de quebranto; todos a conheciam por muito beata e pela mais desabrida papa-missas da