Memórias de um sargento de milícias em poesia! -
Foi no tempo do rei
Que tudo se passou
Em meio a confusões
O anti-herói se criou
Fruto de uma pisadela e de um beliscão
Foi criado pelo Compadre
Que lhe deu toda compaixão.
A vizinha o odiava
E a comadre o velava
Acompanhando-o em todas as situações.
De travessuras e gostosuras,
Foi surgindo a loucura
De um sentimento sem amargura
Mas também sem cura.
Na casa de D. Maria, sua paixão conheceu,
Luisinha nem falava e Leonardo se irritava
Pois palavras lhe faltavam ou a hora era errada.
O compadre foi à lua e o Leonardo para a rua,
Pois o pai não o velava e Chiquinha o odiava.
Por ter sangue de Pataca,
Em confusões amorosas se envolveu,
Deixou Luisinha para um salafrário
E com Vidinha se envolveu.
Linda era a mulatinha
Que tocava uma modinha
Sem perder a sinfonia
Que em meio à escuridão, tocou uma canção
Que conquistou seu coração.
Por ser vadio foi condenado
Com um trabalho sem agrado
E por Major Vidigal ajudado.
Como granadeiro foi nomeado
E por todos perdoado.
Ao seu primeiro amor voltou
E enfim se casou
Tornando-se Sargento de Milícias
Com suas memórias sagradas.
Esse poema foi escrito baseando se no livro. Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.
“Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de Portugal ao Brasil), o pequeno Leonardo é uma criança intratável, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. E não são poucas: abandonado pela mãe, que foge para Portugal com um capitão de navio, é igualmente abandonado pelo pai, mas encontra no padrinho seu protetor. Esse é dono de uma barbearia e tem guardada boa soma em