Memorial
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Ilustração 1- Meu primeiro ano de vida, 10/08/1961. (Os rabiscos são de autoria do meu enciumado irmão caçula)
O evento do memorial Elaborar um memorial descritivo é reconstruir a própria existência. Essa não é uma tarefa fácil, pois, na opinião de Moraes (1992), memorial é um retrato crítico do indivíduo visto por múltiplas facetas através dos tempos, o qual possibilita inferências de suas capacidades. De acordo com Boa ventura (1995), "memorial é não somente crítico, mas também autocrítica do desempenho acadêmico da carreira científica". Sendo assim, para elaborar este memorial levei em consideração as condições, situações e contingências que envolveram o desenvolvimento da trajetória acadêmico aqui exposto. Neste relato, procuro destacar os elementos que, marcados por quebras de paradigmas, por coerência e incoerências, e por meio das relações estabelecidas com o mundo, possibilitaram a construção de minha trajetória acadêmica que envolve o pessoal e profissional. Neste contexto, meu memorial passa a ser auto-avaliativo, ou melhor, confessional, revelador de sonhos e cheio de emoções. Para Maturana, as emoções: [...] não são algo que obscurece o entendimento, não são restrições da razão: as emoções são dinâmicas corporais que especificam os domínios de ação em que nos movemos. “Uma mudança emocional implica uma mudança de domínio de ação. Nada nos ocorre, nada fazemos que não esteja definido como uma ação de certo tipo por uma emoção que o torna possível”. (MATURANA, 1998, p
Coisas de Deus
O passado só se deixa fixar, como imagem que relampeja irreversivelmente, no momento em que é reconhecido... (Benjamim Walter, 1994, p. 224).
Ao meio dia de uma quarta-feira, Jataí vivia mais um momento de Sol escaldante entremeado por redemoinhos de uma poeira fina e vermelha. Era o décimo dia do mês de agosto do ano de 1960. Um jovem casal esperava pela chegada de seu filho