Funções da membrana À luz do conceito trifásico da célula eucariótica, cabe às membranas não só assegurar os contactos com o meio exterior, como desempenhar o papel de medianeiro (fase intermédia) entre as outras duas fases, a interna e a externa. Daí decorrem as principais funções da membrana: a) Individualização da célula O somatório das forças de Van der Walls que unem os fosfolípidos lado a lado, nas duas camadas, confere à membrana uma determinada resistência à tracção (ver propriedades da membrana), suficiente para assegurar a integridade física da célula, em condições normais e, consequentemente, a sua individualidade. Sabe-se contudo, que a membrana plasmática é complementada, nesta função, internamente, pelo citosqueleto, e externamente, por matrizes extracelulares (caso de algumas células animais) e pela parede celular (caso das células vegetais). b) Transportes moleculares e iónicos O relacionamento da célula com o meio exterior, bem como das duas fases, interna e externa, entre si, implica a permuta de substâncias: iões, moléculas pequenas, macromoléculas e mesmo partículas. Todas essas permutas se realizam através da membrana, com recurso a diversos mecanismos de transporte membranar, que garantem a selectividade do processo e o fluxo consentâneo com as necessidades da célula. c) Recepção de informação A adequação do funcionamento da célula às condições envolventes, sejam elas o meio exterior, sejam as que resultam de um contexto de organização pluricelular, implica a capacidade de recepção e de processamento de informação. Mais uma vez, compete à membrana, e em particular à membrana plasmática, assegurar a recepção da informação pertinente. Esta função é exercida, nomeadamente, em relação a informação consubstanciada em hormonas e feromonas, através de receptores proteicos incorporados na membrana. d) Transmissão de informação.
Algumas células, animais e vegetais, estabelecem, entre si, mecanismos de transmissão