Mem Rias Do C Rcere
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA PROFESSOR ARGEU FURTADO
MEMÓRIAS DO CÁRCERE
(Graciliano Ramos)
GABRIELLY CHAVES DA SILVA
SÃO CRISTÓVÃO DO SUL, 08 DE MAIO DE 2015
Estavam todos presos, eram 17 homens, vindos de diversos lugares, nordestinos, paulistas e até mesmo paranaenses; no primeiro contato, frieza, poucos risos e conversas limitadas. Um estranhamento razoavelmente compreensível. Um deles, o mais velho chamava-se Eusébio, foi o primeiro a despir-se, procurou ganchos para poderem pendurar suas roupas, mas não encontrara nada naquela prisão. Era impaciente, aflito, e em suas poucas conversas deixou bem claro para todos os outros homens que estava ali por acaso, sim acaso. Foi acusado de diversas formas por roubo e assassinato, tudo não passavam de calúnia e difamação, pessoas que o invejavam e resolveram acabar com sua vida, infelizmente não conseguira provar sua inocência. Ali estava, era uma a mais, fazia parte daquele grupo de dezessete prisioneiros. Após poucas conversas disse aos homens que os demais que nem tão pobre eram, já que desfrutavam de uma boa educação e conversa amiga. A partir daquele momento começaram a se conhecer, havia ali intelectuais e operários. Alguns mais amigáveis outros nem tanto. Fadiga; frio; pálpebras pesadas; e mesmo assim os pensamentos não os deixavam dormir. Na manhã seguinte os homens que ali estavam guiados por Herculano, agarravam-se as paredes, varões e tudo o que pudera servir-lhes de encosto. Buscavam alcançar as janelas. Choque de realidade e falta de conforto cercavam os prisioneiros. Na mesma manhã foram até o Pavilhão dos Primários, onde em celas de condições desumanas milhares de homens se encontravam, tinham doenças, eram magros, aqueles homens pareciam puro esqueleto. Os novos prisioneiros seguiriam a sua visita, imaginavam que seriam transferidos para uma colônia paulista com melhores condições. Ao voltar para a prisão,