Meios monetári
5.1 – DINHEIRO E SUAS FUNÇÕES
O aparecimento do dinheiro não é uma invenção técnica pura e simples nem resulta apenas do incremento das trocas. A passagem da simples permuta para o uso do dinheiro não acontece em geral directamente, mas sim através de fases intermédias cujo conhecimento e compreensão correspondem à natureza da sua função. Quando ocorre a necessidade duma determinação generalizada do valor torna-se imprescindível dispor duma medida que exprima o valor de todas as mercadorias e as torne comparáveis. Esta terceira mercadoria tende a restringir a sua forma específica como bem de consumo ou de produção e a assumir, de forma predominante, a sua função de intermediária na circulação mercantil. A característica específica do dinheiro consiste em distinguir-se das restantes mercadorias na medida em que é directa e universalmente permutável por qualquer uma outra.
Os actos, de venda e compra, em que podem intervir indivíduos diferentes, possibilitam que a troca se separe no espaço e no tempo, podendo conservar-se o dinheiro obtido por um período mais ou menos longo. O dinheiro liberta a troca dos limites estreitos das relações entre apenas dois produtores, para as transformar num fenómeno iminentemente social.
Para o dinheiro surgir na vida económica é imprescindível que estejam preenchidas diversas condições. O processo que leva ao aparecimento do dinheiro é o resultado dum longo processo histórico, que resulta dum nível já bastante elevado do desenvolvimento da produção mercantil e da existência dum intercâmbio regular. Uma espécie particular de mercadorias adquire a forma de dinheiro quando os produtores as admitem como forma unitária e geral de valor. Inicialmente foram diversas as mercadorias empregues como equivalente geral: o gado foi um dos produtos constituído como unidade de medida do valor das transacções; entre outros objectos pré-monetários contam-se os cereais, as barras de sal, as contas de âmbar e de vidro