meio ambiente
Tudo Azul
O primeiro aviso veio do espaço: “a Terra é azul”, constatou o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, em 1961. Mais recentemente, um novo alerta começou a ecoar do fundo dos oceanos: a mergulhadora e bióloga marinha norte-americana Sylvia Earle advertiu que “sem azul não há verde”. No ano passado, na Rio+20, pela primeira vez, a preocupação com as águas salgadas foi levada à mesa de debates e entrou no documento final da conferência.
Apesar de 70% do planeta ser coberto por água, hoje apenas 2,3% dessa extensão está protegida, segundo relatório de 2012 das ONGs globais Th e Nature Conservancy e World Conservation Monitoring Centre. A meta mundial era ter chegado no ano passado a 10%. Mas os avanços tímidos até 2010 fizeram com que o prazo fosse estendido para 2020.
Até 2010, a maior reserva do tipo ficava no arquipélago britânico de Chagos, no Oceano Índico, com 545 mil quilômetros quadrados. Mas, em 2012, as Ilhas Cook (associadas à Nova Zelândia) dobraram essa marca com a expansão do seu parque marinho para 1,1 milhão de quilômetros quadrados (o tamanho do Egito).
Embora afirme que o impacto da rede de proteção marinha sobre a pesca atinja menos do que 1% do valor da produção das empresas pesqueiras, o governo australiano anunciou subsídios de 100 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 210 milhões) para compensar as companhias afetadas pelas restrições à pesca e à exploração de petróleo e gás. Mesmo assim, milhares de postos de trabalho deverão ser fechados e é possível que o país venha a importar peixes e frutos do mar para suprir sua demanda interna.
“O que a Austrália fez é o melhor exemplo possível de liderança visionária na prática”, disse à PLANETA a maior referência mundial nessa área, a oceanógrafa Sylvia Earle, 77 anos, também conhecida como “Sua Profundeza” (trocadilho com “Sua Alteza”) por suas 7 mil horas de mergulho. “Nenhum outro país tomou ações tão amplas com o objetivo de equilibrar os interesses atuais e a