Medo no Egito
BBC
Arquivo pessoal
Helena (d): “Alguns nos dizem que eles podem invadir e atear fogo contra as casas, não sei o que vai levar tudo isso, mas rezo pelo Egito e pelas pessoas daqui"
As ações da polícia egípcia para dispersar manifestantes que apoiam o presidente deposto Mohammed Morsi e que terminou com mais de 600 mortos e ao menos dois mil feridos, reiniciou mais um capítulo de violência na história do Egito.
Em meio a esta situação de caos e medo causada pelos confrontos da semana passada estavam duas brasileiras, que relataram à BBC Brasil como foram os últimos dias na capital Cairo e em Alexandria, a segunda maior cidade do Egito.
A carioca Mônica Fonseca contou que vizinhos relataram a diferença entre os recentes protestos com os anteriores, com maior distúrbios da vida civil e maior incidência de violência entre manifestantes e polícia.
“Tenho amigos que moram em bairros onde havia acampamentos antigoverno e me contaram sobre o pavor que sentiram com manifestantes invadindo seus prédios, pois eles queriam usar os chuveiros para tomarem banho, ameaçando alguns moradores”, disse ela, que mora no Egito desde 2009.
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Segundo Mônica, seus amigos e conhecidos egípcios, que aplaudem as medidas das Forças Armadas e do governo interino, relataram a ela que a indignação que têm com os protestos dos apoiadores de Morsi se devia aos distúrbios que causavam ao cotidiano das pessoas, supostamente invadindo residências vazias para uso indevido, prejudicando o comércio local e ameaçando moradores.
“Tenho amigos a favor de Morsi também, e a maioria deles também era contra os acampamentos e se mostrou aliviada pela polícia os ter desmontado”.
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“Na minha rua já houve outros protestos de gente da Irmandade, que carregavam cartazes