Medicina popular
Por mais elevada que seja a cultura do povo, sempre nos seus costumes, crenças e tradições irão se encontrar vestígios de épocas rudimentares em que se foram organizando as formas superiores da sua existência. Tal fato explica a permanência da Medicina Popular, conjunto de conhecimentos e crenças criados pelo povo, universo repleto de mitos, ritos, agouros e superstições.
Todos os povos da humanidade tiveram, no início de sua existência, grandes privações e duras necessidades. A alimentação, o vestuário e a doença sempre foram as carências primordiais e as necessidades que mais exigiam ocupações de homens ainda desprovidos de expedientes. Os primeiros recursos contra a doença humana nasceram justamente no seio desses homens rudes que, na luta pela sobrevivência, foram buscar a cura inicialmente nos seres que os circundavam: os vegetais. E como obtiveram bons resultados, devolveram suas observações e foram levador a criar uma prática médica, para conhecer e distinguir o que lhes era útil ou noviço no mundo dos vegetais.
O primeiro passo da pesquisa científica estava dado. O gênio inventivo de cada um foi-se transmitindo, de geração em geração, com observações acumuladas, que foram aperfeiçoando e alargando o campo do conhecimento da doença humana e dos recursos para combate-la. A medicina popular, no entanto não se resume na utilização de folhas, raízes e cascas em forma de banhos ou infusões com o objetivo de curar doenças. As simpatias e a religião cumprem papel fundamental na eficácia desses tratamentos. Toda aplicação de recursos materiais ocorre num terreno essencialmente mágico, na medida em que, para a medicina popular, as plantas não curam por causa das substâncias nelas contidas, mas principalmente pelas virtudes anímicas, isto é, porque as plantas são entidades que curam doenças.
As propriedades farmacêuticas das drogas estão diretamente ligadas a um universo religioso onde se encontra a explicação do fenômeno. Por esse motivo, o