Mecanismos de infecção pelo vírus da raiva
A raiva é uma doença infecciosa viral caracterizada pela encefalite. Essa doença afeta principalmente os carnívoros e morcegos, mas todos os animais de sangue
quente,
incluindo
seres
humanos,
são
suscetíveis.
Skunks
(cangambás), raposas e raccons (mão pelada) são os principais hospedeiros carnívoros nos Estados Unidos e constituem-se os reservatórios da raiva para cães e gatos.
Cães e gatos são hospedeiros acidentais da raiva, e a doença é um resultado do extravasamento de outros reservatórios animais. Epizootias da raiva canina que envolve transmissão cão-a-cão têm ocorrido ao longo da fronteira dos Estados Unidos e México.
A raiva canina é o principal reservatório na maioria das partes do mundo, e as mordeduras de cão e gato constituem a principal via de transmissão para humanos. Desde 1966, os únicos casos de raiva humana nos
Estados Unidos e que puderam ser atribuídos diretamente às mordeduras caninas ocorreram em pessoas que foram expostas à doença em outros países. Um caso de raiva humana foi atribuído à exposição ao gato, desde aquela data. A incidência baixa da raiva em cães e gatos está diretamente relacionada à ampla imunização e medidas de controle contra a doença.
Essa infecção viral que afeta o SNC da maioria dos mamíferos, inclusive humanos, é irremediavelmente fatal. Contudo, as espécies de mamíferos variam bastante na sua suscetibilidade.
A maioria dos casos clínicos deve-se a
infecção do vírus da raiva (genótipo I). Vários outros lissavírus neurotrópicos, estreitamente relacionados com o vírus da raiva, produzem sinais clínicos indistinguíveis daquele
da
raiva.
Sequenciamento
genético
e
estudos
antigênicos têm sido usados para classificar os líssavirus em sete genótipos e quatro sorotipos (SMITH 1996; GOULD et al., 1998).
Cada genótipo é determinado pelo estado da espécie individual. A raiva clássica, causada pelo lissavirus genótipo 1, é endêmica nos