Mecanicismo e determinismo natural
A res cogitans seria exclusivamente humana. Por tanto, o mundo exterior ao pensamento (os objetos corpóreos, a natureza) consistiria apenas em extensa substâncias, e esta, para Descartes, é uma ação icapaz. Por conta dessa passividade, os corpos só se movem quando é acionado por outro agente (ou causa eficiente), de uma forma mecânica. Assim, o mundo material é criado pelo filósofo como uma grande maquina que recebeu seu primeiro impulso de Deus. E essa quantidade de movimento, feita pela substância infinita, permaneceria indefinidamente constante.
Mesmo os animais, para o filósofo são comparaveis com máquinas. Segundo sua argumentação, apesar que muitas vezes, algum deles serem capazes de ações de que os humanos não são, isso nada prova além de que esses animais têm uma natureza "muito bem disposta". Acontece o mesmo com o relógio, cujo o mecanismo preciso o torna capaz de contar melhor as horas do que nós.
Separação mente-corpo
O ser humano, por sua vez, seria composto de corpo e alma, res extensa e res cogitans. Nosso corpo estaria submetido as leis mecânicas naturais, de causa e efeitos, predeterminadas. Nossa alma teria as faculdades do entendimento e da vontade, o que nos conferiria a capacidade de iniciativa própria e de liberdade. A alma, desse modo, teria a propriedade de interagir com o corpo e comandá-lo.
Esse conceito trouxe dificuldades para Descartes, já que, segundo seu proprio conceito, essas duas substâncias seriam radicalmente diferentes e separadas. Assim, surgiu, a seguinte questão: como se relacionaria a mente com o corpo, tendo em vista que, de acordo com a teoria cartesiana, um corpo só poderia ser movido por outro corpo junto no espaço, mas a alma não é um corpo, uma substância extensa?
Descartes supôs que a alma estivesse sediada em uma pequena glândula localizada no meio do cérebro, e que, por meio dela, se comunicaria com o corpo. Desse modo, a concepção dualista do ser humano e o que dela