MAX O Uso Das Variantes Eu E Mim Na Posi O De Sujeito Na Fala Da Comunidade Linguistica De S O Lu S MA
Maxsoel Costa (UFMA)
Neste estudo, baseando-nos nos pressupostos da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008 [1972]), procuramos discutir, analisar e sistematizar o uso das variantes “eu” e “mim” no preenchimento da posição de sujeito de primeira pessoa do singular no português falado em São Luís - MA, buscamos ainda, verificar os fatores condicionantes desse fenômeno linguístico que se tem mostrado bastante evidente na fala de sujeitos ludovicenses. Para tanto, partiremos do(s) conceito(s) de gramática(s) e de uso(s) reais da língua como discussões introdutórias deste trabalho. Embora se reconheça que a língua apresenta variações em diversos níveis de sua estrutura – fonético-fonológica, morfológica, sintática, etc. – ainda há certa resistência em aceitar que tais processos são necessários para a própria manutenção da língua, visto que se atribui à gramática normativa o estatuto de legitimar como e o que deve ser usado na língua. Isso pode ser observado no tratamento que se dá à língua utilizada no dia a dia, que, por se afastar dos padrões linguísticos da gramática normativa, acaba por ser estigmatizada. Esse estigma, que caracteriza o preconceito linguístico, segundo Bagno (2000), manifesta a ideologia cristalizada há séculos pela Gramática Tradicional e materializa o discurso da Gramática Normativa. Alguns gramáticos, em amparo ao discurso ideológico da Gramática Normativa, reconhecem-na como um mecanismo de disciplinamento da língua, enxergando, assim, tudo aquilo que foge aos padrões normativos como errado e caótico. Entretanto, é de interesse da Sociolinguística “tentar processar, analisar e sistematizar o universo aparentemente caótico da língua falada” (TARALLO, 2007, p. 5), o que significa dizer, que é de seu interesse estudar, analisar e sistematizar tudo aquilo que se manifesta na fala e que a gramática normativa não pode ou não se