Max Weber
Wânia Gonzalez •
1. O papel da ciência e o tipo ideal
No início da sua vida intelectual – 1885 a 1897 – Max Weber se deteve nos acontecimentos da história do direito e da economia. Segundo Marianne Weber (1997) as suas primeiras obras refletem as inquietações de um historiador jovem que se preocupava com o desenvolvimento e a decadência da vida social.
Os princípios que guiaram Weber na seleção de material foram, primeiro e antes de tudo, a paixão política, então um sentido de justiça para os trabalhadores manuais, e também, a convicção de que a felicidade humana não era o importante, senão que a liberdade e a dignidade humana eram os valores últimos e supremos cuja realização deveriam estar ao alcance de todos (Marianne Weber, 1997,
p. 306).
Ele partilhava também da convicção de que a economia política deveria se guiar por ideais nacionais e não por ideais de métodos de produção nem por ideais eudemonísticos2.
Weber iniciou uma nova fase intelectual – 1903 a 1918 – após uma severa crise nervosa que durou aproximadamente quatro anos. Em virtude dos seus problemas de saúde, ele foi diminuindo a sua atividade como professor e como político e foi se tornando mais contemplativo. Foi nesse período que se dedicou a refletir sobre o problema lógico e epistemológico de sua ciência.
Marianne Weber (1997) afirma que Max Weber não se preocupou com uma apresentação sistemática de seu pensamento. A ausência de descrição dos princípios metodológicos que orientavam os seus estudos deve-se ao fato de estes serem encarados como ferramentas que o ajudavam a compreender os problemas. Não valorizava a forma como essas idéias podiam ser apresentadas, já que estas “brotavam” em sua mente. Quando terminava de redigir surgiam novos problemas. “Para Weber a grande limitação do pensamento discursivo era que este não permitia a expressão simultânea de várias linhas correlatas de pensamento” (Marianne Weber, 1997, p. 309).
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Texto extraído do livro da autora