Max weber
Durkheim e a anomia
As ciências sociais ocuparam-se, até o momento, somente de forma periférica com a teoria do caos, apesar das indicações do clássico Durkheim sobre o problema da anomia(7) (Durkheim, 1983:279; 198$:437). Ainda hoje as ciências sociais se limitam à pesquisa sobre as estruturas da ordem na sociedade e à procura dos princípios formadores dessa ordem. O conceito de crise e de revolução (Lenk,1973) deixa transparecer o caos, mas tem nele somente um acesso negativo, como em Durkheim, que entende o caos como sendo 0 estado da ordem perturbada. Qualquer formação nova de órgãos e funções sociais causa a anomia, se ela não for ao mesmo tempo freada pelas regras de cooperação. A crescente divisão do trabalho social traz a necessidade da formação de uma teia de regras que reconstrua a solidariedade entre as funções-divididas. Durkheim que, como já frisamos, percebe a problemática do caos sem contudo se ocupar muito dela, mostra a formação espontânea de regras em processos anômicos. O princípio da auto-organização ou auto-regulação, como princípio de formação espontânea de regras - formação de padrões - era explicitamente conhecido por Durkheim, consoante sua visão sociológica que fugiu, nesse contexto, aos padrões das ciências da época. Segundo Durkheim as regras surgem espontaneamente do contato entre as funções sociais que produzem, pelo hábito da convivência, normas jurídicas provisórias que passam a se estabilizar no decorrer do tempo. A anomia é a exceção que acontece quando mudanças sociais radicais não admitem o desenvolvimento das regras correspondentes à moral social. Dentro desse contexto, assim se expressa Durkheim: "Com razão foi dito que a moral - e nós não a entendemos só como doutrina mas