MAX WEBER
SEÇÃO 2 - Racionalização e Capitalismo e
Burocratizarão da Sociedade
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2.1 Racionalização e Capitalismo
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Um bom exemplo do modo como a ação dos indivíduos constrói a sociedade, e de como Weber aplica a metodologia compreensiva para explicar o sentido dessas ações, pode ser encontrada em sua obra: A ética protestante e o espírito do capitalismo, cujos principais aspectos são apresentados a seguir.
Nessa obra, Weber discute a relação entre a religião luterana e o desenvolvimento do capitalismo, além de admitir que o problema da origem do capitalismo contempla muitas e variadas causas
(económicas, políticas, militares, técnicas, etc.).
Diferentemente de Marx, que escolheu o fator económico como privilegiado para entender a sociedade, Weber afirma que podemos compreender a sociedade por diferentes aspectos, e não há um mais correto ou melhor que outro, há sempre diversas possibilidades de análises da sociedade.
Com esse pressuposto, Weber inaugura a concepção hermenêutica na Sociologia.
Weber aponta que a ética luterana favoreceu o desenvolvimento do capitalismo. Segundo ele, isso aconteceu porque o estilo de vida luterano estava marcado por uma vida disciplinada, de tal forma que as ações praticadas pelos seus seguidores sempre se reverteram em trabalho, acumulação e lucro.
Tratava-se, como afirmava o autor, de uma ascese no mundo.
Esta ascese era praticada no trabalho, para o qual o luterano se dedicava com rigor e disciplina. Seu lema "tempo é dinheiro" permitiu construir um modo de vida que não significava usura, mas louvor à obra criadora de Deus por meio do trabalho.
Segundo Sell (2001, p. 119), a primeira contribuição para esse processo, afirma Weber, foi dada por Martinho Lutero e sua concepção de "vocação". Para Lutero, a salvação das pessoas não vinha do fato de elas se retirarem do mundo para rezar, como faziam os monges católicos.