MAX WEBER E O ESTADO RACIONAL MODERNO
RESUMO O presente texto é uma pequena revisão do pensamento de Max Weber sobre o Estado Moderno. Se o desenvolvimento das instituições sociais, econômicas e culturais, nas sociedades ocidentais modernas, foi desencadeado por um processo geral de racionalização, o núcleo organizativo do Estado Moderno caracteriza-se, entre outros aspectos, por meio da introdução de um central e contínuo sistema tributário, um central comando militar, pelo monopólio do uso da violência e por uma administração burocrática. O presente texto não investiga as implicações que o pensamento de Weber tem para os Estados abertos do século XXI, mas ele foi escrito com o objetivo de se compreender o Estado Moderno e os seus desafios no século XXI.
Palavras-chave: Estado Racional; burocracia; legitimidade do poder; carisma; Estado aberto. Sumário: 1 INTRODUÇÃO; 2 O ESTADO
RACIONAL; 3 AS TRÊS FORMAS DE LEGITIMAÇÃO DO PODER; 4 A BUROCRACIA; 5 REFERÊNCIAS.
1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento das instituições sociais, econômicas e culturais nas sociedades ocidentais modernas foi desencadeado por um processo geral de racionalização. Max Weber (1864-1920) foi o autor que melhor trabalhou esse processo de racionalização, entendido como "o resultado da especialização científica e da diferenciação técnica peculiar à civilização ocidental. Consiste na organização da vida, por divisão e coordenação das diversas atividades, com base em um estudo preciso das relações entre os homens, com seus instrumentos e seu meio, com vistas à maior eficácia e rendimento. Trata-se, pois, de um puro desenvolvimento prático operado pelo gênio técnico do homem".2
São diversas as análises sobre o conceito de racionalidade e os sentidos que ele se apresenta na obra de Weber.3 De grande importância, mas que infelizmente esse trabalho não comporta analisar, é a recepção da teoria da racionalidade de Weber pelo marxismo, em