Maurício thuswohl - carta maior
O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) aprovou a liberação comercial de duas variedades de milho transgênico produzidas pelas empresas transnacionais Bayer e Monsanto. Esta é a primeira vez que o milho transgênico é liberado no país. Com esta decisão, o CNBS, colegiado composto por onze ministérios, confirma a opção do atual governo pelos transgênicos e coloca o Brasil como um dos poucos países do mundo a se abrir para esse tipo de produção.
Principal opositora da liberação dos transgênicos no CNBS, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não pôde comparecer à reunião do conselho, pois havia sido convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acompanhá-lo na viagem à Guiana Francesa, onde o presidente brasileiro foi encontrar o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Do lado pró-transgênicos, o mais entusiasmado era o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende: “Essa decisão histórica vai colocar o Brasil entre os países mais modernos na área agrícola”.
Rezende também dava garantias aos repórteres de que “o milho transgênico é seguro para o consumo humano”. A opinião do ministro é idêntica à da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão subordinado ao MCT, que já havia aprovado a liberação comercial do Liberty Link (Bayer) e do MON810 (Monsanto) há dois anos. A decisão da CTNBio, no entanto, foi contestada na Justiça e também dentro do governo, sobretudo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, subordinada ao Ministério da Saúde) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama, subordinado ao MMA), fato que fez com que a decisão final fosse remetida ao CNBS.
A Anvisa havia solicitado ao CNBS “a imediata suspensão da liberação do milho MON810”, por avaliar que “os dados apresentados pela Monsanto não permitem concluir sobre a segurança de seu uso para consumo humano”. O Liberty Link, por sua vez, teve a anulação de sua liberação pedida