Matéria: turismo em áreas rurais – resenha do texto turismo rural e urbano no brasil
São inúmeras as dificuldades conceituais e metodológicas impostas, é necessário admitir a carência de investimentos teóricos e de esforços empíricos voltados para a compreensão do tema. Entre 1940 e 1980, há uma inversão da distribuição populacional entre as áreas rurais e urbanas e também o esvaziamento das áreas rurais, o crescimento desordenado de grandes cidades e a formação de centros metropolitanos são reflexos evidentes que sinalizam um país de um novo tempo. Ainda na década de 1980 surge um espaço rural multifuncional com uma maior diversificação econômica, em meio a novas formas de produção e subsistência. A expansão do tecido urbano sobre as áreas rurais e o crescimento do número de pessoas ocupadas em atividades consideradas até então como exclusivamente urbanas, indicam a existência de um novo paradigma sócio espacial no Brasil. A partir de meados do século XVIII, ocorreram profundas alterações na distribuição espacial da população. O modelo econômico vigente evoluía para um estágio mais eficiente de acumulação de capitais e, com isso, toda a sociedade se reestruturava aos moldes industriais. Desencadeou-se um processo de crescimento das aglomerações urbanas, concomitantemente ao esvaziamento demográfico das áreas rurais. A produção agrícola tornou-se um setor da produção industrial, o que fez com que as áreas rurais ficassem submissas às exigências do capital urbano-industrial. “O tecido urbano prolifera, estende-se, corrói os resíduos da vida agrária” (Lefebvre, 1999, p.17). As definições existentes do que seja rural e urbano, de uma forma geral, são associadas a duas grandes abordagens: a dicotômica e a de continuum. Na primeira, a ênfase recai sobre as diferenças que se estabelecem entre estes dois espaços, sendo o campo pensado como algo que se opõe à cidade. Na segunda, ocorre uma aproximação entre o espaço rural e a realidade urbana. (Bertrand, 1973).