Matias pereira
É perceptível que os filósofos, quando tentam compreender o método científico, buscam desenvolver diversas concepções da racionalidade científica e interpretam a história da ciência em conformidade com essas concepções. Dessa forma, diferentes filosofias da ciência são responsáveis em produzir reconstruções racionais diferenciadas para a história da ciência.
Nesse contexto histórico veja os estudos de René Descartes. Aceito como o fundador da filosofia dos novos tempos, Descartes foi o primeiro grande construtor de um sistema filosófico que foi seguido por Spinoza e Leibniz, Locke e Berkeley, Hume e Kant. Sua obra mais importante é Discurso do método, onde explica, entre outras coisas, que não se deve considerar nada como verdadeiro.
Chaui (2000) sustenta que historicamente as principais concepções de ciência ou de ideais de cientificidade são três:
• o racionalista, cujo modelo de objetividade é a matemática;
• o empirista, tem como referência o modelo de objetividade da medicina grega e da história natural do século XVII;
• o construtivista, cujo modelo de objetividade advém da idéia de razão como um conhecimento aproximativo.
Para concepção racionalista – que se estende dos gregos até o final do século XVII -, a ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática. Portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados, sem deixar qualquer dúvida possível.
Nesse sentido, para Chaui (2000), uma ciência é a unidade sistemática de axiomas, postulados e definições que determinam a natureza e as propriedades de seu objeto, e de demonstrações que provam as relações de causalidade que regem o objeto investigado.
Para essa corrente de pensamento, o objeto científico é uma representação intelectual universal, necessária e verdadeira das coisas representadas e corresponde à própria realidade, porque esta é racional e inteligível em si mesma.
Aas experiências científicas