Material de apoio
* Por Marzeni Pereira
A crise hídrica em São Paulo tem despertado nossa atenção nesse ano de 2014. E não é por acaso. No Estado mais rico, industrializado e mais populoso do Brasil corre sério risco de haver uma crise de saúde pública, ambiental, econômica e institucional sem precedentes na América.
Recentemente o astrofísico estadounidense Greg Laughlin, calculou o valor do Planeta Terra e, segundo ele, a água doce equivale a 75% de todas as riquezas do Planeta Terra somadas. Pode parecer absurdo, mas o Capitalismo enxerga tudo como recurso de valor econômico.
O Brasil é um dos países mais ricos em água do mundo, com cerca de 13% de toda a água doce do Planeta e ainda possui, os maiores aquíferos subterrâneos, o Alter do Chão e cerca de 70% do Guarani. Nesse cenário, o Pais ganha grande importância na geopolítica mundial, uma vez que a água doce tem se tornado cada vez mais escassa, em contrapartida, à crescente produção de alimentos e de outras riquezas dependentes da água.
Por outro lado, a produção de alimentos para exportação, atividade essencialmente desenvolvida pelo
Agronegócio, coloca o Brasil entre os países que mais exporta água. Com base nos dados de exportação disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2013, o País exportou cerca de 200 trilhões de litros de água “virtual”, somente contando soja, carne bovina e suína, milho e café. Esse volume equivale a 200 vezes o Sistema Cantareira cheio e daria para abastecer a Região Metropolitana de São
Paulo por cerca de 100 anos.
Agua virtual, quantidade necessária para produzir os produtos:
Produto
Litros de água para produzir 1 kg
Farelo de soja
2.400
Óleo de soja
5.400
Soja grão
1.800
carne bovina
15.497
carne porco
6.309
milho
909
A exportação de alimentos em larga escala traz poucos e discutíveis benefícios: empregos e “divisas”. Empregos são em pequena quantidade, em função da mecanização das monoculturas. Já as “divisas” vão para