Matematica
Se alguém pudesse viajar pelo espaço e vir a Terra de longe, a uma altura sufi ciente para observar o movimento das pessoas pelo planeta, daria para notar uma grande mudança em três anos. O movimento migratório tradicional dos países pobres do sul em direção ao mundo rico começa a dar sinais de mudança: move-se em direção ao mundo em desenvolvimento, menos afetado pela crise financeira internacional.
A corrente migratória às vezes muda de direção com extraordinária rapidez. Só que na hora do aperto econômico, como ocorre agora na Europa, onde os empregos se tornaram escassos, as disputas por vagas com a população local aumentam, preconceitos afloram sob a forma de xenofobia e vê-se até uma reversão do fluxo migratório. Ou seja: vemos europeus saindo em busca de oportunidades em outras partes do mundo, como o Brasil, por exemplo, para onde têm corrido muitos europeus até de classe média e com boa formação profissional em busca de oportunidades que não encontram mais no velho continente.
A entrada de imigrantes ilegais nos EUA cruzando a fronteira com o México caiu ao nível mais baixo dos últimos 40 anos. Desde a crise de 2008, há muito menos empregos e a repressão aos ilegais se tornou bem mais dura. Os latinos, especialmente os mexicanos, continuam a deixar seus locais de origem em busca de uma vida melhor. Mas, em vez de tentarem a sorte no norte, eles procuram as cidades mais prósperas do próprio México ou se mudam para a Guatemala, Eu Salvador, Peru e outros países latino americanos. O rio de gente que rumava para o norte inverteu a direção. Agora deságua por toda a parte. Metade dos 3 milhões de brasileiros que deixaram o país nos últimos anos já voltou. Pela primeira vez em 20 anos, entraram mais brasileiros do que saíram. O Brasil agora oferece oportunidades para fazer negócios e estrangeiros são atraídos por manchetes internacionais otimistas. Já somos a sexta economia do mundo e como aqui