Matematica
LÍNGUA PORTUGUESA E COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL –1º Módulo
NOME DO ALUNO: ________________________________________________________________________________
PARTE 01: COMPREENSÃO DO TEXTO E GRAMÁTICA ( VALOR: 10 PONTOS )
Minas não acredita em Minas?
Sempre me intrigou o jeito blasé, de quem não se impressiona com nada, assumidos por nós, mineiros. Acho folclórica a imagem de desconfiado, usurário e sonegador que o Brasil tem de nós. Mas sempre tive curiosidade de saber por que, diante do extraordinário, do extravagante ou do maravilhoso, há em Minas um esmerado empenho em exibir uma fria naturalidade, como se isso fosse familiar e corriqueiro. Com que propósito se escamoteia que uma coisa, uma pessoa, uma obra é impressionante, inesperada, deslumbrante? Depois de tantos anos vivendo fora de Minas, se encontro um amigo mineiro e comento, por exemplo, o extraordinário romance do Saramago, a reação é uma pálida e silenciosa concordância, que não vai além de um balançar de cabeça. Tão constrangida que parece esboçada apenas para não me desapontar, como convém à nunca assaz louvada hospitalidade mineira. Se, com outro amigo, comento o fantástico espetáculo de Aderbal Júnior sobre Vargas, a resposta é, quando muito, um gélido e circunspecto “... Interessante...”. E vá agora você elogiar o último filme de Wim Wenders: receberá de volta um olhar superior acompanhado de um sorriso blasé, seguido de um lacônico “... É.”, pronunciado depois de amarga indecisão. Qual seria a origem de um comportamento tão singular? A frieza e a discrição diante do inesperado talharam a conduta de celebrados políticos mineiros que, sem perder as oportunidades, souberam conter paixões e entusiasmos na avaliação objetiva do quadro de forças. Há quem diga que as montanhas criam uma propensão ao ensimesmamento, que é parte da psicologia mineira refrear a empolgação. Um mineiro eufórico – dizem – morreria de solidão depois de