Matemático, geógrafo e cartógrafo flamengo nascido em Rupelmonde, Flandres, hoje na Bélgica, criador do termo atlas para designar uma coleção de mapas. Entrou na Universidade de Louvain para estudar ciências humanas e filosofia (1530) e, dois anos depois, obteve o grau de mestre. Depois de dois anos em Antuérpia e Mechelen, retornou a Louvain, onde fundou um estabelecimento de estudos geográfico e tornou-se um notável desenhista e fabricante de instrumentos cartográficos e astronômicos. Concluiu um globo terrestre (1536) e um celeste (1537). Elaborou também um mapa da Palestina, um mapa-múndi, um mapa de Flandres e um manual sobre caligrafia itálica. Acusado de heresia (1544) foi preso pela Inquisição, mas defendido pela Universidade de Louvain, voltou a seus estudos e pesquisas. Ganhou a proteção de Carlos V e, pioneiramente, rompeu com a geografia de Cláudio Ptolomeu, em Bruxelas (1554) quando publicou o grande mapa da Europa, o que lhe consolidou a fama de cartógrafo. Nomeado cosmógrafo do duque Guilherme de Clèves (1564), dedicou-se ao aperfeiçoamento de sua projeção cilíndrica, conhecida como projeção de Mercator, um sistema de projeção gráfica que facilitou aos marinheiros marcar sua localização e traçar a rota do navio. Publicou o seu primeiro atlas com o título Nova et aucta orbis terrae descriptio (1569-1578) traçado com os novos princípios e de grande importância para os navegadores. A primeira parte constava de uma cronologia do mundo, desde sua criação até 1568 (1569), e de uma edição crítica dos 27 mapas do geógrafo grego Cláudio Ptolomeu (1578). A outra parte consistiu em mapas da França, Alemanha e Países Baixos (1585), e Balcãs, Itália e Grécia (1589). Iniciou a publicação do primeiro atlas mundial (1585) que foi completado por seu filho (1595) e morreu em Duisburg, Duchy of Cleve, Alemanha.
Arno Peters (Berlim 22 de maio de 1916 - 2 de dezembro de 2002) foi o desenvolvedor do mapa-múndi de Peters, baseado na Projeção de Gall-Peters.
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