maslow
Por Paulo Vieira de Castro*
Numa sociedade onde tudo parece ser ato de consumo, coloca-se a possibilidade de assistimos a mudanças no ciclo motivacional, diluindo-se o controlo sobre os impulsos de consumo, contribuindo largamente para isso a desenfreada oferta de crédito ao consumo e a comunicação empresarial.
Todos somos consumidores e não teria sido necessário aguardar a confirmação das neurociências (neuromarketing) para imaginar um ser humano que, no que diz respeito às decisões de consumo, usa na atualidade de um questionável nível de razoabilidade.
Na segunda metade dos anos 50, Maslow assumiu que as necessidades humanas estão organizadas numa hierarquia de importância, representada graficamente na forma duma pirâmide, cuja base é preenchida pelas necessidades fisiológicas e de sobrevivência e o topo por necessidades de status e auto-realização.
Evidencia-se deste modo a crença segundo a qual se poderá reduzir o Homem a leis meramente racionais, quando pensamos no concretizar das suas próprias necessidades, defendendo ainda este importante autor que poucos ou nenhuns procurarão o reconhecimento pessoal, ou o status, se as suas necessidades básicas não estiverem satisfeitas. Mas, será que a tão famosa pirâmide das necessidades de Maslow continuará atual?
Quando Maslow pensou a sua teoria não lhe foi possível imaginar o cerceado crivo da sociedade de consumo. E isso poderá mudar tudo? Talvez o moderno comportamento de consumo obrigue a uma reflexão em torno da hipótese de uma nova hierarquia de necessidades humanas. Certo é que muitas das que são de ordem psicológica/emocional se assumem cada vez mais, na atualidade, como necessidades básicas para os mais consumistas.
A cultura de consumo suportada por diligentes empresas de comunicação e meios, ainda de programação neuro-lingüística, entre outras, contribui para atingir a mente dos consumidores através de programação dedicada ao