mas ou mais
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mas ou mas, ?Geral tem-me perguntado sobre a vírgula antes e depois do "mas".
Esta postagem vai ser do tipo curta e grossa, porque não se tem mesmo muito a dizer.
A dúvida das pessoas reside somente quando o "mas" é uma conjunção, porque aprenderam que, antes dele, sempre há uma vírgula. Né? Mas aí a pessoa está lendo algum artigo bem escrito por aí, de algum autor famoso e bem conceituado, e o danadinho aparece todo atacado, preso entre duas vírgulas. Oh, céus! E agora?
Meus amores, a parada é bem simples: em 99% dos casos, a vírgula antes do "mas" será obrigatória, porque uma das funções das virgulinhas é separar as orações coordenadas(ai!), especialmente as adversativas (ai! - de novo!)
(...) Há propostas para um banho de piscina, para um concurso de rumba e outras trivialidades, mas ninguém topa mesmo porque o Sol (ou melhor "Ele", como dizem com o maior nojo meus amigos Américo e Zequinha Marques da Costa) já deve, contumaz ginasta matutino, estar pendurado à barra do horizonte para a sua atlética flexão de cada dia. O ambiente se está nitidamente desgastando em álcool e semostração. (Vinicius de Moraes)
Eu não andava dormindo bem, mas com a mudança de clima passei a dormir. Andamos uma semana no meio de milionários, hóspedes de um clube gran-fino, onde só os sócios têm direito de se hospedar e... pagar. (Clarice Lispector)
Mas aí, SE EU FOSSE Clarice, teria escrito: "Eu não andava dormindo bem, mas,com a mudança de clima, passei a dormir", porque a expressão "com a mudança de clima" é uma estrutura de valor adverbial e, por ser um adjunto adverbial extenso e, ainda, por vir deslocado no meio da frase, deveria vir entre vírgulas. Aí, queridos meus, a vírgula depois do "mas" tem nada a ver com o coitado, mas é algo pedido pela expressão seguinte, que precisaria vir entre vírgulas. (O mesmo vale para a vírgula depois do "e", como neste mesmo parágrafo, em que fiz questão de propor duas vezes.)