Marx
O autor assim o pensa por entender essa revolução parcial como algo que permita a emancipação de apenas uma classe da sociedade – no caso: a burguesa –, concedendo-lhe a supremacia geral sobre ela. Para ele, essa emancipação parcial consiste em uma classe social, alegando representar a universalidade da sociedade, pretender reunir em si “os direitos e as pretensões da própria sociedade”, ser “o cérebro e o coração” dela. Todavia, ela só consegue fazer isso contanto que toda a sociedade se encontre na mesma situação dessa classe social.
Então, explica-se-nos que para coincidirem-se revolução e emancipação de uma classe da sociedade é preciso que haja uma outra classe social à qual sejam atribuídos todos os defeitos e crimes da própria sociedade. Tendo-se em vista esse raciocínio, ele procura na sociedade – ou fora dela, como ele porá – uma “classe” que possua um caráter universal, “por seus sofrimentos universais”, que não reivindique “nenhum direito especial”, mas os direitos devidos, puros e simples, “uma esfera, finalmente, que não pode se emancipar sem se emancipar de todas as demais esperas da sociedade e, com isso, emancipar todas elas; que é, numa palavra, a perda total do homem e que, por conseguinte, só pode atingir seu objetivo mediante a recuperação total do homem”.
Apresenta-nos, pois, o proletariado, que ao negar a propriedade privada, ao negar os direitos políticos burgueses que visavam apenas a garantir seus