marx
(a) Explicação preliminar O pensamento de Karl Marx – e de seus seguidores, o chamado “marxismo” – é complicadíssimo. Principal motivo: ele escreveu cerca de 30 mil páginas entre livros, artigos de jornais, cartas e textos políticos sobre conjunturas de países específicos. Essa obra permitiu – e ainda permite – as interpretações mais variadas possíveis e influenciou – e continua influenciando – centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. O chamado “marxismo acadêmico” – das universidades, teórico, etc. – já começa, em geral, incorrendo num erro que o próprio Marx criticou: o mundo não precisa apenas ser interpretado, mas transformado de forma revolucionária. Quer dizer, seu pensamento, segundo ele mesmo, é para mudar o mundo e não apenas para debates acadêmicos. Tanto é assim, que ele produziu quase toda a sua obra “fora das universidades” – só na juventude estudou em universidades alemãs (Bonn e Berlim). O resto da vida – dos anos 1840 aos anos 1880 – passou fazendo política e escrevendo as tais 30 mil páginas.
(b) Vida e obras
A vida de Marx, ao contrário da de Durkheim – acadêmica, tranqüila e de elite francesa –, foi, como a sua própria produção intelectual, complicadíssima. Nasceu de uma família de pequena burguesia alemã – o pai era advogado –, uma espécie de “classe média alta” atual. Estudou em universidades e viveu como um jovem de “elite” até tomar contato com idéias radicais. Pouco depois, nos anos 1840, ele virou comunista. Mais à frente, o principal pensador comunista e referência para outros pensadores e para vários movimentos revolucionários. Por conta do seu radicalismo político, foi expulso da Alemanha (primeiro) e de outros países (depois), acabando por morar definitivamente na Inglaterra até o fim da vida – seu túmulo é, inclusive, um local turístico em Londres. Casou com uma mulher de alguma posse, mas deu cabo das heranças dela e dele nessas idas e vindas. Por um tempo recebeu ajuda do seu grande