Por que para Marx o trabalho é uma mercadoria? Os seres humanos necessitam atender às suas carências, para tanto, produzem seus meios de vida e recriam a si próprios e reproduzem sua espécie num processo que é continuamente transformado pela ação sucessiva das gerações. A existência de seres humanos, que por meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dá origem à vida social, é a premissa da análise marxista da sociedade. Ao produzir para atender suas necessidades, os homens procuram dominar as circunstâncias naturais, podendo modificar a fauna e a flora e por muitas vezes geram novas necessidades, o que nem sempre se dá de maneira adequada, uma vez que pode haver a destruição de recursos naturais. A própria quantidade de necessidades naturais e a forma de satisfazê-las é um produto histórico que, em grande parte, depende do grau de civilização alcançado pela sociedade. É por meio da ação produtiva que o homem humaniza a natureza e a si mesmo. Marx considera o trabalho de produção e reprodução a atividade humana básica, a partir da qual se constitui a história da humanidade e é para este trabalho que se volta o materialismo histórico, método de análise de vida econômica, social, política, intelectual. Para Marx a sociedade é o produto da ação recíproca dos homens e sua estrutura depende, ainda, do estado de desenvolvimento das forças produtivas e das relações sociais de produção. O conceito de relações sociais de produção refere-se às formas de distribuição dos meios de produção e do produto, e o tipo de divisão social do trabalho numa dada sociedade e em um período histórico determinado. A produção da própria vida, por meio do trabalho, surge como uma relação social no sentido de ação conjugada de vários indivíduos, não importa em que condições, de que maneira e com que objetivo. Essa cooperação entre os indivíduos, ainda que seja uma relação social, pode ocorrer para atender interesses particulares, como aumentar a produtividade ou a